O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse ontem na sabatina Folha/UOL que a presidente Dilma Rousseff virá hoje à cidade para anunciar o que chamou de PAC São Paulo, um pacote de obras nos setores de transporte público, habitação e contra enchentes.
O valor dos investimentos será de R$ 8 bilhões. O principal gasto, de R$ 3,3 bilhões, será na recuperação de mananciais, à frente dos corredores de ônibus, com R$ 3,1 bilhões. Com um Orçamento de R$ 42 bilhões para este ano, a prefeitura não tem, na prática, recursos próprios para investir nos projetos anunciados por Haddad na campanha por causa da dívida e dos gastos obrigatórios com saúde e educação.
Com o PAC São Paulo, Dilma socorre um aliado e fortalece o seu principal palanque para a reeleição. Sem citar nomes, Haddad culpou a gestão anterior [do ex-prefeito Gilberto Kassab, do PSD] pela falta de mais recursos federais na cidade.
“São Paulo não apresentou os projetos que deveria ter apresentado ao governo federal. Não existe destinação de recursos sem pedidos.”
Participaram da sabatina, realizada no Tuca, o teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), os jornalistas da Folha Vera Magalhães, Vinicius Torres Freire e Alencar Izidoro, além de Diogo Pinheiro, do portal UOL. Leia a seguir os principais trechos.
PAC São Paulo
“São Paulo faz as pazes com o governo federal”, disse o prefeito ao anunciar a vinda da presidente Dilma hoje. Segundo ele, “alguém pode dizer que é porque sou do mesmo partido da presidente. Mas tem dinheiro federal no Rodoanel”, afirmou, citando obra do governador Geraldo Alckmin, do PSDB.
Manifestações
Haddad disse que as manifestações de junho, que resultaram na redução da tarifa de transporte público de R$ 3,20 para R$ 3, tiveram um impacto positivo sobre a sua gestão. Com as críticas às empresas de ônibus, a prefeitura cancelou uma licitação de pouco mais de R$ 40 bilhões por julgar que a questão não havia sido discutida pela sociedade. “Ganhamos um ano para nos debruçarmos sobre os números do sistema.”
Creches
Questionado sobre a ampliação de vagas em creches, ele afirmou ser mais difícil atingir esse objetivo no primeiro ano. “Tem que desapropriar os terrenos, não tínhamos sua localização. Agora vamos desapropriar e licitar as obras.”
(Fonte: G1)